quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

João e Maria

"espero que agora troveje. estou aqui deitado, no meu trono-saco de cama."

O mundo não me pode tocar como toca quando tenho os pés no chão. O dia não começa enquanto a peça não cair, não acaba quando eu quero, não se funde com a miséria, não, não, não, não pode nada contra mim aqui, até tenho coragem para um sorriso, sincero, como quem transforma madeira em meninos de verdade e destila delicadeza pelos poros.

Quero imaginar. Quero música como história "agora eu era um herói", até ser algo melhor "eu já não tinha medo".

Quero tudo o que não deu para ter.


Feliz Natal.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Lírio, Canivete, Alma Para ir à Escola.

Consumimos frases de auto-ajuda como se o abjecto morasse nos nossos quartos.
Monstros no armário.
Amor debaixo da cama.
Amor simples, infante.
Amor como só se pode receber de si mesmo.
Frases de um teclado anónimo.
Alcunhas de merda, planos diferentes.
Misticismo no plural. Piadas sexuais que não chegam ao teu peito.
Misticismo no singular.
Morte nos dias leves.
Sorrisos no peso.
Todos somos facultativos.
Planos de merda.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Bulhosa

São instantes de grandeza, por todos os dias em que o mundo mói nas palavras de Sá Carneiro.
Estendi-lhe nove dígitos, embrulhados num poema.
E dois dedos de conversa, como um beijo de circunstância.

"Detesto os gajos que fazem isto, mas não quero ficar-me pelo Quasi"

Trocadilho espirituoso. Ilusões de confiança.

Umas horas mais tarde, um texto simpático sobre a inexistência de futuro.

Que bom foi ter coragem para não agarrar nada.