"This elevator only takes one down, she said. This place, this hotellounge is my daily bread, but i'm underfed.
She asked:
-Are you living in the night? 'Cause I can tell you have a lousy imagination. And, as a matter of speaking, I hate this situation...but it happens to be one of my picking. "
dEUS
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When people stop being people and become places, they see the one thing they hid from their entire lives: The world repeats itself again and again, until there is nothing left to imagine. And what's worse is that imagination is just another way to make you help the world complete that cycle.
don't go and lose your face/ at some stranger's place / and don't forget to breathe / and pay before you leave / lay me down to crawl
segunda-feira, 23 de abril de 2012
#189
Sinto que és o que não quero que ninguém aprenda. Que és a sensação em si mesma.
Não quero o teu peso, ninguém quer, mas insistes e força não falta para que nada mais seja o mesmo.
Os sons fora da realidade, conduzindo um preço a tudo.
O escuro que entra nos lençóis sagrados, de um casamento, de um funeral.
Podias ser um tapete, uma escadaria, mas não era o mesmo.
Podias ser uma janela partida, mas não servias.
Podias ser tu, intocável, atingível, provocando fraqueza nos joelhos e olhares de desânimo, mas só isso não bastava.
Precisavas de emoção verdadeira, e passaste a raiva para uma construção de miséria.
Perdeste o controlo…Agora estás em todo o lado, és de todos e não paras o teu movimento.
O ritmo é acelerado e destróis corações em música, em arte, em tribos.
Todos provam o teu veneno.
Todos são consumidos.
Não quero o teu peso, ninguém quer, mas insistes e força não falta para que nada mais seja o mesmo.
Os sons fora da realidade, conduzindo um preço a tudo.
O escuro que entra nos lençóis sagrados, de um casamento, de um funeral.
Podias ser um tapete, uma escadaria, mas não era o mesmo.
Podias ser uma janela partida, mas não servias.
Podias ser tu, intocável, atingível, provocando fraqueza nos joelhos e olhares de desânimo, mas só isso não bastava.
Precisavas de emoção verdadeira, e passaste a raiva para uma construção de miséria.
Perdeste o controlo…Agora estás em todo o lado, és de todos e não paras o teu movimento.
O ritmo é acelerado e destróis corações em música, em arte, em tribos.
Todos provam o teu veneno.
Todos são consumidos.
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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Maria
Cedo marcou os pontos estelares e inventou bonitos quadros de desejo, raiva e mentira.Não imagino melhor.
Quase parado, absolveu-se e fez nascer um novo dia.
Cores vibrantes, mortas. Um quadro sobre o Paraíso. Mas não estava lá ele, não estava lá.
Estava apenas uma sombra escondida, de cadeira de rodas, a ver o nascer do sol. Já que ele não o merece, que vá para lá quem por ele sofreu.
Ele, que acolheu as suas esperanças e lugares-comuns, e os guardou entre a cabeça e o peito, por precaução.
Agora, alheada ao mundo, olha todos através de uma clarabóia, ou vê o mar, aos fins de semana. Sonha com cores conhecidas, familiares, espelhadas numa onda de proximidade.
Hoje, mais do que nunca, sinto falta de quem não recordo.
Mas o odor não desaparece.
Quase parado, absolveu-se e fez nascer um novo dia.
Cores vibrantes, mortas. Um quadro sobre o Paraíso. Mas não estava lá ele, não estava lá.
Estava apenas uma sombra escondida, de cadeira de rodas, a ver o nascer do sol. Já que ele não o merece, que vá para lá quem por ele sofreu.
Ele, que acolheu as suas esperanças e lugares-comuns, e os guardou entre a cabeça e o peito, por precaução.
Agora, alheada ao mundo, olha todos através de uma clarabóia, ou vê o mar, aos fins de semana. Sonha com cores conhecidas, familiares, espelhadas numa onda de proximidade.
Hoje, mais do que nunca, sinto falta de quem não recordo.
Mas o odor não desaparece.
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terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Pull the Pin
Às vezes penso que estou a ficar louco, daqueles loucos que não se apercebe que está sempre a dizer a mesma palavra, a mesma frase, a viver o mesmo momento a toda a hora, como se nunca tivesse havido momento mais digno de viver.
Sinto uma repetição estranha de pedaços perdidos no tempo, que se reajustam de novas e mais rebuscadas maneiras, provocando uma sensação eterna de dejá-vu.
Estou a passar tempo na mesma sala de espera, para ver a mesma pessoa, no mesmo piso, tantos anos depois. Estou a reviver cada pormenor, de maneiras diferentes, desordenadas, a fraqueza entre pontos de força, quando antes uma tinha dado lugar à outra sem que se olhasse para trás.
O corredor é o mesmo, de um verde-claro derrotista e um branco que impede o descontrolo e a raiva. A pedra provoca o sapato, luta com ele, e ouve-se um som seco de cada vez que se encontram.
Momentos mais tarde, concluo que ainda não foi desta, e sigo o caminho para casa descendo o mesmo passeio rodeado de árvores e de bancos, como se de um parque se tratasse. O parque mais sádico, onde as crianças perdidas brincam sem o saber, à espera que alguém diga que é hora de ir para casa.
Já fora daquele sítio, há outros pequenos detalhes que renovam essa suspeita. Quer seja a mesma pessoa que vemos há tantos anos fazer exactamente a mesma coisa à mesma hora, ou pequenas conversas que partilhamos sobre o mesmo assunto há tanto tempo com a mesma pessoa.
A loucura está nos pormenores, na repetição, na mecanização de tudo o que se conhece, todos os gestos. E é por isso que nunca se tem a noção de que se enlouquece. Na nossa mente, tudo é igual, fazemos tudo igual, mas à nossa volta todos sabem que somos loucos porque agimos dessa maneira. A linha é ténue, entre a loucura e a monotonia. A repetição excessiva só o é porque são outros a dizê-lo.
E tornamo-nos loucos porque reparam nisso. Nesse excesso de pormenores que já há muito deixaram de ser detalhes.
Enquanto escrevo, sinto-me louco. Porque reparar nisto é loucura.
Sinto uma repetição estranha de pedaços perdidos no tempo, que se reajustam de novas e mais rebuscadas maneiras, provocando uma sensação eterna de dejá-vu.
Estou a passar tempo na mesma sala de espera, para ver a mesma pessoa, no mesmo piso, tantos anos depois. Estou a reviver cada pormenor, de maneiras diferentes, desordenadas, a fraqueza entre pontos de força, quando antes uma tinha dado lugar à outra sem que se olhasse para trás.
O corredor é o mesmo, de um verde-claro derrotista e um branco que impede o descontrolo e a raiva. A pedra provoca o sapato, luta com ele, e ouve-se um som seco de cada vez que se encontram.
Momentos mais tarde, concluo que ainda não foi desta, e sigo o caminho para casa descendo o mesmo passeio rodeado de árvores e de bancos, como se de um parque se tratasse. O parque mais sádico, onde as crianças perdidas brincam sem o saber, à espera que alguém diga que é hora de ir para casa.
Já fora daquele sítio, há outros pequenos detalhes que renovam essa suspeita. Quer seja a mesma pessoa que vemos há tantos anos fazer exactamente a mesma coisa à mesma hora, ou pequenas conversas que partilhamos sobre o mesmo assunto há tanto tempo com a mesma pessoa.
A loucura está nos pormenores, na repetição, na mecanização de tudo o que se conhece, todos os gestos. E é por isso que nunca se tem a noção de que se enlouquece. Na nossa mente, tudo é igual, fazemos tudo igual, mas à nossa volta todos sabem que somos loucos porque agimos dessa maneira. A linha é ténue, entre a loucura e a monotonia. A repetição excessiva só o é porque são outros a dizê-lo.
E tornamo-nos loucos porque reparam nisso. Nesse excesso de pormenores que já há muito deixaram de ser detalhes.
Enquanto escrevo, sinto-me louco. Porque reparar nisto é loucura.
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