Lágrimas de crocodilo
o sangue escorre
como água de braço hirto - o horror.
Tinha de ser.
O tempo é tudo
e só as crianças o podem pisar.
"Nada foi perfeito"
dizes ao azulejo,
às paredes
à água quente
que te toca
e te relaxa os músculos
nestes últimos segundos.
don't go and lose your face/ at some stranger's place / and don't forget to breathe / and pay before you leave / lay me down to crawl
terça-feira, 22 de outubro de 2013
domingo, 20 de outubro de 2013
Footsteps
O que fazer quando já nem humanidade temos em comum? Quando nos sentamos na sala, frente a frente, e o desejo é silêncio permanente, o ar suportando esta forma de vida que escorre de nós, coagulada, a custo?
Diz-me, porque já não sei o que fazer.
Desespero gravemente sobre a tua indiferença, sobre a frieza daquilo que te escapa, sobre aquilo que já não és e nunca mais vais poder ser. Sobre não suportar uma culpa que nos envolve e nos torna feios por dentro, mata devagar, mas tão devagar que não dói, só incomoda, chuva miúda.
Estou só tão cansado de respirar este espaço. Como se as forças nunca tivessem existido. E nunca nada nos tivesse ligado.
Diz-me, porque já não sei o que fazer.
Desespero gravemente sobre a tua indiferença, sobre a frieza daquilo que te escapa, sobre aquilo que já não és e nunca mais vais poder ser. Sobre não suportar uma culpa que nos envolve e nos torna feios por dentro, mata devagar, mas tão devagar que não dói, só incomoda, chuva miúda.
Estou só tão cansado de respirar este espaço. Como se as forças nunca tivessem existido. E nunca nada nos tivesse ligado.
sábado, 19 de outubro de 2013
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
Fitter, Happier, More Productive
Escondes espaços entre modestas tentativas de arte; como uma tela ao contrário, não queres ser descoberta.
És um sabor indistinto, que depende dos dias, às vezes agradável ao palato. Outras só áspero. Pálido.
Alimentas discórdias em pensamentos antigos - suspiras, o ar agora é puro.
És a eterna indecisão do fio no alto do circo.
E o colchão lá em baixo.
Despertas lúxuria e emanas cautela.
És a antítese que me provoca nas pessoas, a antítese que inflama tudo em mim, que desperta a vontade de me desanimar com o próximo, ou descobrir o bem e o mal em todos.
Agradas-me, e esta conclusão não é final.
És um sabor indistinto, que depende dos dias, às vezes agradável ao palato. Outras só áspero. Pálido.
Alimentas discórdias em pensamentos antigos - suspiras, o ar agora é puro.
És a eterna indecisão do fio no alto do circo.
E o colchão lá em baixo.
Despertas lúxuria e emanas cautela.
És a antítese que me provoca nas pessoas, a antítese que inflama tudo em mim, que desperta a vontade de me desanimar com o próximo, ou descobrir o bem e o mal em todos.
Agradas-me, e esta conclusão não é final.
terça-feira, 15 de outubro de 2013
...a garrafa vazia de manuel maria...
No fundo da minha garrafa está o vidro baço e molhado. gritos de infante, dentes a nascer. estão seres quebradiços, cera mal seca, dobrados sobre si, num grito que os joelhos abafam, lágrimas secas pela noite. está um futuro de crise. e por isso a bebo. para que lá esteja tudo isto, e não em mim.
No fundo da minha garrafa está outra. até à última moeda do bolso ou pormenor de consciência. até os casais felizes partilharem somente o silêncio. e a derradeira uva rebentar, suculenta.
Pano de fundo, a música ironicamente dedilhada em sol, quadros - antes cópias - bom gosto que se compra em cadeia, a vida em comunidade, dois dedos de conversa e a ficção do anonimato deitado em pétalas. de flores. de qualquer coisa bela.
E o meu ar morto, em contraste, rápido em movimentos cíclicos: pega, bebe, pousa, fuma. quatro passos. um fim.
o dia acaba.
escritos rasgados. aerofagia.
No fundo da minha garrafa está outra. até à última moeda do bolso ou pormenor de consciência. até os casais felizes partilharem somente o silêncio. e a derradeira uva rebentar, suculenta.
Pano de fundo, a música ironicamente dedilhada em sol, quadros - antes cópias - bom gosto que se compra em cadeia, a vida em comunidade, dois dedos de conversa e a ficção do anonimato deitado em pétalas. de flores. de qualquer coisa bela.
E o meu ar morto, em contraste, rápido em movimentos cíclicos: pega, bebe, pousa, fuma. quatro passos. um fim.
o dia acaba.
escritos rasgados. aerofagia.
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
Doce
Folheando albuns, ver-te-ia, doce.
Sardas de canela na tua cara, um sorriso especial,
verões analógicos que suspiro não poder ter.
E sempre em nós a calma do mundo.
Coisas que passaram por já terem deixado de ser.
Mas duetos inesquecíveis,
tangos efervescentes
tu em mim,
eu em ti,
desvanecidos
copo d'água.
Meio-cheio.
Quase cheio.
Transbordou.
Sardas de canela na tua cara, um sorriso especial,
verões analógicos que suspiro não poder ter.
E sempre em nós a calma do mundo.
Coisas que passaram por já terem deixado de ser.
Mas duetos inesquecíveis,
tangos efervescentes
tu em mim,
eu em ti,
desvanecidos
copo d'água.
Meio-cheio.
Quase cheio.
Transbordou.
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terça-feira, 8 de outubro de 2013
Blinds closed, four empty corners.
Amorfo.
Deitado
solidão à espera
vela na mesa
cabeça latejante
de dormir.
Acordar
para suplicar
novo sonho.
Catorze horas
em que o nada
é melhor que tudo.
Persianas fechadas
e quatro
cantos
vazios
no escuro
no mundo
na calma
no quarto.
Exijo
hibernação eterna.
Deitado
solidão à espera
vela na mesa
cabeça latejante
de dormir.
Acordar
para suplicar
novo sonho.
Catorze horas
em que o nada
é melhor que tudo.
Persianas fechadas
e quatro
cantos
vazios
no escuro
no mundo
na calma
no quarto.
Exijo
hibernação eterna.
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Youth Novel
Farto de beber palavras e segundos de quase-amor.
Lábios que observo, formas geometricas atraentes.
olho-te: murmuras afecto...
não quero ser
brinquedo estragado
nas mãos de uma jogadora emocional.
A água ferve
a mão teme
quando devia mergulhar.
sobra um dia desfeito
e tempo para limpar o chão.
Lábios que observo, formas geometricas atraentes.
olho-te: murmuras afecto...
não quero ser
brinquedo estragado
nas mãos de uma jogadora emocional.
A água ferve
a mão teme
quando devia mergulhar.
sobra um dia desfeito
e tempo para limpar o chão.
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segunda-feira, 7 de outubro de 2013
Chop Suey
Vão longe, os dias em que tudo o que me dizias era dogma. E apenas podia esboçar um ar de fraca compreensão, genialidade arrepiante, sapatos grandes que nunca caberiam confortavelmente nos meus pés. Em que sonhava poder vir a ser tu, sem defeitos e pleno de carisma, acabando sempre o que começava.
Os anos passaram, tudo é diferente. O mundo não é a preto e branco. Nada é ou não é. E sinto saudades de achar isso, de te ter como conforto e modelo, poder repetir as tuas frases a quem nascer de mim, pequeno sorriso nostálgico de ser parte de quem és.
Não me interpretes mal. Tenho orgulho. Muito.
Mas já não és a causa que defendo cegamente, nem imune a críticas choradas.
Os anos passaram, tudo é diferente. O mundo não é a preto e branco. Nada é ou não é. E sinto saudades de achar isso, de te ter como conforto e modelo, poder repetir as tuas frases a quem nascer de mim, pequeno sorriso nostálgico de ser parte de quem és.
Não me interpretes mal. Tenho orgulho. Muito.
Mas já não és a causa que defendo cegamente, nem imune a críticas choradas.
És humano. Bom, mas só humano.
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
Parasite
Agora só vejo momentos que roubo a quem os tem por si.
Levo o que quero da carne do mundo.
Tiro tempo de vida a quem pondera gastá-lo.
Vírus nunca, parasita.
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