Pedaços desconstruídos de uma imagem.
A fealdade ressurge como um beijo de há muito.
Para ser uma pessoa, quer-se a imensidão do que não existe.
E um braço longo para juntar margens.
Hoje voltei a aperceber-me que sou tudo o que já existiu antes de mim,
e que todos esses pedaços se tornam numa massa genética de patologia e êxito.
O meu êxodo mental buscou até se lembrar, mas só o instinto torna claro aquilo que se herda.
A merda toda, e as coisas boas.
Porque todos afinal somos pessoas de pessoas que o foram antes de nós.
E todos conhecemos quem nos deu vida antes de nós olhando o espelho, amedrontados.
E o que é feio sai,
fica uma mescla de sentidos, gostos e desejos,
da vida que foi prometida e vai sendo, aos poucos, concretizada
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