Por momentos, pensei que te vi na paragem, e logo bombeou através de mim um fundo falso de nostalgia.
Os anos passaram como leite, de um momento para o outro, e algo azedou. Nada nos resta, nada.
É apenas mais um punhado de minutos gasto a recuperar sentimentos, pessoas de ontem que lá deviam ter ficado.
Nada se repete. Não vale a pena furar dedos de novo, o sangue trocado nunca será igual.
Músicos surdos só produzem anti-som.
E, enquanto o autocarro fugia, deu para todas as memórias despontarem e criarem em mim uma profunda ingratidão pelo aroma que sobrava da vela apagada,
Não te perdoo, não me perdoes. Não quero o agora, quero a eternidade dos nossos segundos cúmplices pousados no cigarro hesitante, na boca seca do álcool.
Mas não dá.
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