A cada doente, um poema enjaulado.
Não se pode ter quartos vazios em casas de pano.
Vejo que não me crês, pelo toque.
Lê-me uma história, quero ouvir a tua voz calculada, a vibração calma dos dias. Fazes-me sentir novo e sem fios.
Quando já não estiver aqui, quero festas a todo o momento, especiarias no ar. Sorrisos leves. Sorrisos impossíveis no agora, não caras impassivas do agora.
Vou escrever a minha lista de música para as caras vestidas de preto. Deixar a ironia no ar. Mudar os lençóis da minha pálida aparência, talvez usar um chapéu laranja.
Quero tudo o que não posso agora, para no fim não me beijar o esquecimento.
Tenho medo como suores frios. Medo do amor que não posso sentir.
Medo de deixar o que conheço e se arrasta no pavimento.
Só a ti te diria isto.
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