domingo, 21 de dezembro de 2014

La Viguela

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Aqui me pongo a cantar
Al compás de la viguela,
Que el hombre que lo desvela
Una pena estraordinaria
Como el ave solitaria
Con el cantar se consuela.




Se dos passos se sentem os deuses, estejam eles onde estiverem, e para todos o mundo for manso como como as riscas da calçada, o fundo do mar é apenas no fundo.
A cada um de nós é dada essa perene sensação de quem canta. Sobretudo a quem se traduz nos becos das suas cidades.
Noutro dia não vai haver esse musgo no chão, nem os sotaques da comunidade pelo ar. É sempre melhor pensar no anonimato como um pardal nos quiosques. É essa a história da vida de quem se dissolve. Não vejo o mal nisso, não vejo a pele irritada das lágrimas secas, nem o nariz vermelho ou as pressões sobre a têmpora.
Pensem nisso como um quadro branco com as texturas de uma frase que só se consegue ler com luz negra. É inevitável que quem o note se sinta particularmente sensível aos acasos da continuidade estelar que teima em oferecer-nos músicas em que já estávamos a pensar antes de, à primeira estação sintonizada, a ouvirmos ser reproduzida. Outro exemplo disso mesmo é a pessoa que ocupa os nossos pensamentos invadir a caixa de mensagens com o "bom dia" dos dias frios, mas bons.
Nesse sentido, uma passada calma e o olhar devem ser apreciados como se de desabrochares perfeitos se tratassem. Uma segunda vez isto não se passará e poderá depender do humor com que se acorda ou do primeiro inspirar da manhã. As sensações perenes que que falava são como vultos e têm pernas lestas, que muitas vezes desaguam em rios pesados de correntes independentes.
Prometo que me deixas hoje desfeito como num delta se virares à esquerda e evitares esta rua.

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