Ele mente. Copiosa e fantasticamente. Quando outros nele vêem apenas uma sequência aleatória de factos comprovadamente passíveis de rejeição, eu vejo a mente de uma criança que ainda o é, de vívida imaginação e detalhes que trazem lágrimas aos olhos. A sua mãe é professora, contudo não há um livro à vista nas suas estantes em casa. O pai era agente de uma qualquer força armada, mas trabalha num aeroporto em Bruxelas. Este tipo de coisa.
Não o via há dois meses. Não lhe falava longamente há ano e tal.
Hoje redescobri o susto que é crescer desamparado. Tenho medo, mãe. Envolve os teus braços nesta fraca estrutura óssea até quebrar. Tolda-me os sentidos para não me esconder do mundo, e oferece-me a imagem dos adultos que têm de sorrir para que os filhos anseiem o pagamento de impostos.
Deixaste-me em 2007 e nunca esteve tanto frio em casa.
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