sexta-feira, 8 de maio de 2015

4:3

arranco dois dentes de leão,
sopro, chamo-lhe "progresso"
e olho na direcção de uma miríade de pequenas pétalas,
que nem forma de pétalas têm,
mas fazem o seu dever na existência,
espalhando-se como pequenos flocos de vida
pela atmosfera, suspiram no ar
como se voassem (e voam! por tempo que parece não fluir).

É neles que sou digno de dar vagar à alma,
agarrar um, ou dois, pouco lesto,
guardá-los como meus,
cria de uma viagem inesperada rumo à terra.
Penso em cinema, na beleza de tudo isto,
tudo num milisegundo que já passou.

Volto para ser destemido num mar de rosas negras.

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