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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

#345

Arrastas os fios como te levaria ao altar,
o jogo das pestanas sem sentido distorce-te o sorriso,
o ar empurra-te para a cadeira paliativa.

Quando andaste não o sentiste,
mas arrastaste a Terra contigo
e com ela toda a sabedoria antiga,
a natureza,
o zodíaco,
o desenho celeste no teu cobertor fiel.

Brevemente
viriam os sons,
as onomatopeias,
os ditongos,
as cores e as histórias.

Para venda:
sapatos,
tamanho 25,
nunca usados.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

#338


É tarde, tão tarde que o dia ameaça.
E eu até tinha escrito umas linhas
sobre ti
e outras coisas que não interessam
porque nunca mais vou escrever sobre isso,
nem sobre ti.

Gostava de dizer que foi a responsabilidade que me acordou,
amanhã,
mas sou só eu, teimoso,
destinado a ultrapassar-te
e claro,
a fumar um cigarro.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

#216

É quase crime não ver os dias como músicas do Tom Waits, com o mundo ao alcance de uma chave partida e a um bourbon do buraco onde o Hank descansa.
Viver ao máximo, pelo mínimo possível, brutalizar cada olhar em fuga entre putas e insultos curtos, perceber o som da decadência num cinzeiro sujo - trôpego na maior dignidade, dicas de engate em onomatopeias para levar para a cama uma mulher dois sóis à frente do seu melhor momento com uma corda ao pescoço e matrículas por pagar.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

#189

Sinto que és o que não quero que ninguém aprenda. Que és a sensação em si mesma.
Não quero o teu peso, ninguém quer, mas insistes e força não falta para que nada mais seja o mesmo.
Os sons fora da realidade, conduzindo um preço a tudo.
O escuro que entra nos lençóis sagrados, de um casamento, de um funeral.
Podias ser um tapete, uma escadaria, mas não era o mesmo.
Podias ser uma janela partida, mas não servias.
Podias ser tu, intocável, atingível, provocando fraqueza nos joelhos e olhares de desânimo, mas só isso não bastava.
Precisavas de emoção verdadeira, e passaste a raiva para uma construção de miséria.
Perdeste o controlo…Agora estás em todo o lado, és de todos e não paras o teu movimento.
O ritmo é acelerado e destróis corações em música, em arte, em tribos.
Todos provam o teu veneno.
Todos são consumidos.